Segundo a OMS (organização mundial de Saúde), o problema afeta 15% dos casais. Dado curioso é que em cerca de 25% dos casais, o homem não foi avaliado por um urologista.
No entanto, em ate 30% das vezes, o fator masculino está presente. As causas mais frequentes de infertilidade masculina estão relacionadas às toxinas, condições inflamatórias, condições relacionadas a infância e historia sexual. Em relação às toxinas, podemos citar o uso de anabolizantes que bloqueiam a produção de espermatozoides, mas que em sua maioria são reversíveis após um tempo de suspensão. O tabagismo, álcool e uso de canabis também influenciam na piora dos parâmetros do espermograma.Os quadros infecciosos tem um papel importante neste cenário. Sejam eles na infância, como é o caso da orquite (inflamação do testículo) durante um episodio de caxumba, sejam na adolescência ou idade adulta após o contagio de infecções sexualmente transmissíveis (gonorreia, clamídia) que vão obstruir o epidídimo ou a uretra.
Em relação à infância, podemos citar a criptorquidia que é a não descida dos testículos, como um fator de infertilidade. Cirurgias de hérnia inguinal com lesão do ducto deferente, também podem causar um quadro similar a vasectomia. De fundamental relevância, ainda podemos citar a varicocele que são varizes da bolsa escrotal, que podem se desenvolver no inicio da adolescência e idade adulta. No adolescente, pode levar a um desenvolvimento menor do testículo acometido em relação ao contra lateral.
A varicocele chega a ser responsável por 30% dos casos de infertilidade no homem e pode ser corrigida com a técnica microcirúrgica (com a utilização de microscópio de alta resolução). Nesta técnica, um maior numero de veias são ligadas e a artéria testicular é preservada, diminuindo a chance de recidiva e atrofia do testículo operado. Em relação à historia sexual, a presença de disfunção erétil, disfunções
sexuais como anorgasmia e a frequência das relações conjugais podem contribuir para a dificuldade em engravidar.
Além disso, mutações genéticas como microdeleções no cromossoma Y ou síndromes como Klinefelter levam a quadros de baixa severa no
número de espermatozoides. É importante frisar que em 30% dos casos, não se consegue identificar um fator causal. Torna-se portanto essencial, a visita do homem ao urologista, principalmente, a um especialista habituado a condução destes casos.